Marujos, levantar âncora, içar velas, estamos zarpando, ou melhor, minhas coisas estão zarpando sem mim, e meus amigos também.
Amanhã, às 7:30 da matina, o navio, digo, o caminhão passará por aqui para carregar o fogão da minha vó, o microondas de casa, a cama da minha tia e o colchão novinho que minha mãe comprou. Antes disso ele passará pra se abastecer de sofás, geladeira, TV, computador, armário, camas, colchões, malas, Edson e Glaucia - que, apesar da insistência de sua mãe, não quer levar a chaleira da família, porque não vamos fazer chá.
Eu só zarpo no domingo, rumo ao novo mundo, mas não em definitivo, volto na quarta, porque tenho de pegar meu cartão do banco e quinta tenho dentista marcadíssimo! Aliás, meu dentista me propôs um escambo, ele cuida dos meus dentes e eu cuido dos pcs dele, me parece justo. Daí, no domingo do dia 11, estarei zarpando de vez, após o almoço na casa da vovó, claro (Porque só um super-almoço na casa da minha vó pra me fazer aguentar uma semana à base de miojo, omelete, barrinha de ceral e bandeijão).
Só avisando, estaremos sem internet, sem telefone e não sabemos se a TV irá funcionar... Ou seja, já estamos levando papel e caneta pra brincar de stop, livros pra suportar o tédio, mapa pra vasculhar toda a cidade em busca dos melhores points e claro, um rádio à pilha pra podermos ouvir as notícias do mundo e contar histórias do nosso tempo, quando tinhamos internet, comida, tv, mordomia, carro e família. Daquele tempo longínquo que minha mãe me acordava (Agora o trampo ficou pro despertador e pro celular - eu ainda tenho celular, SMS por favor, SMS e SOS são a mesma coisa nesses dias perdidos em sanca), quando eu ia e vinha da escola de carro, com minha "mãetorista" (Agora é de busão, que minha prima Marina, a Sans maior, indicou os pontos e horários), quando eu almoçava e jantava sem ter de cozinhar (E não é que eu e Glau aprendemos a fazer arroz hoje?! E o Edinho vai aprender a fazer arroz de forno? É na raça que se formam 3 cozinheiros - A quarta, a Raíssa já é formada e muy prendada - chega logo sexta-feira, e chegue chegando, com o nome da Raíssa nos aprovados - Que nosso arroz NÃO seja como nosso lema "Unidos venceremos"), quando eu não me preocupava com chuva e sol (Amo chuva, mas se chover fica osso ir pra facul), quando tomava banho sem me preocupar com a conta (universitário é pobre, duro e mão-de-vaca, tudo turco!), quando não tinha que me preocupar com o fim do papel higiênico e do detergente (É inacreditável, mas essas coisas acabam... Alguma vez você já comprou sal de cozinha? Eu não... Pra mim, sal dava cria sozinho). Bem que todos os pais profetizaram "Quando a água bater na bunda, aprende a nadar", mas bem que é verdade, que eles continuam do lado, segurando uma bóia e sempre de prontidão pra bancarem os salva-vidas.
Pais são sempre pais e filhos são sempre filhos, a família permanece, mesmo mudando os nomes e principalmente, os endereços.
Aulas de natação
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Postado por liz às 23:11