Cheguei na UFSCar, fui pra uma fila sem nexo e grande, fiquei no Sol e um cara maluco com a camisa do palmeiras e voz excelente para fazer-se ouvir deu instruções gerais para nós, instruções que incluiam "os papais devem ficar atrás dos cavaletes amarelos, e os alunos devem avisá-los que o cordão umbilical se rompeu!".
Assinei meu nome, reconheceram meu sobrenome (devido ao prof. adjunto Sérgio Zorzo, primo do meu pai) e tive de esperar pela famosa lista de aprovados. Sai do campus, comprei um mapa de sanca (pra não ficarmos mais perdidos do que já estamos), andei muito a pé na famosa Av. São Carlos, visitei alguns aps (estamos perdidos e sem lugar pra morar), almocei, voltei pro campus.
E senta, e espera, e conversa com o recém-amigo, Álvaro, meio japonês de São Bernardo, que eu conheci na fila maluca e que estava esperando o resultado para o mesmo curso, o famoso BCC (bacharel em ciência da computação - não, eu não sou nerd!).
E a bendita lista sai, e você está dentro. E você liga pra todo mundo, pro seu amigo desconfiado e futuro habitante desse blog, Edson, que diz: "Jura? Não ta zuando né? Aeeeê parabéns!! Ligo pra Mariana, a famosa Pires, e ela fica tão feliz por mim, que lhe faltam palavras e realmente emocionada, com a voz embargada, ela não me dá os parabéns, e sim, me deseja felicidades e eu, apenas posso dizer, que estou lhe esperando para... aplicar o trote no próximo ano! E venha logo!
Então eu me encontro, sentada naquela mesma sala 79, com meus documentos e, pela primeira vez, vendo boa parte dos meus colegas de turma.
Você simpatiza com as meninas, as poucas no BCC, se diverte com o já apelidado pelos veteranos de Bola, conversa com o cara sério e bonito ao seu lado e se dá muito bem com o cara de olhos azuis e sorriso constante dá porta, que lhe diz ter simpatizado muito com você. Tá bom por hoje!Nãaao, falta o trote. Depois de tudo isso, todos foram obrigados a descer uma rampa, onde éramos aguardados pelos veteranos, veteranos munidos de coisas pegajosas. Você ouve gritos ao descer: BCC! BCC! EEEEê Bixete do BCC! E em menos de 1 minuto, você está toda pintada, principalmente com tinta preta, levou um ovo na cabeça (o qual os veteranos disseram não estar vencido e ser de boa marca), farinha na cara, suas roupas estão um lixo e pra coroar, você termina com papel higiênico molhado dentro da camiseta, enquanto segura, por 10 minutos, um cartaz (o mais legal deles, segundo os mesmos veteranos) que diz: XUUUUPA ENC! (que é a engenharia). Sua mãe fica te fotografando, e você, em todo esse estado caótico, mantém um papo animado com um veterano (como se vocês estivessem civilizados discutindo o clima e bebendo café). Você se retira da baderna, a hippie da tendinha colorida ao lado lhe diz ao notar sua cara de "estou nojenta": "Fica assim não, você passou, tem de ficar feliz, parabéns... espera até a semana de batismo pra ver o real trote".
Você vai ao banheiro, tira a camiseta e se lava na pia, nisso você faz amizade com uma menina da estatística que se lava na pia ao lado, e uma da matemática, que entra enxarcada no banheiro após um banho de mangueira, pra trocar de roupa. Enquanto isso, lá fora, o pessoal da química continua levando seus bixos pra passearem pelo campus deitados em um...caixão (aberto, pelo menos).
Você foge daquilo e vai embora, ainda nojenta, rumo a única coisa que você quer agora, deixar um pouco de ser bixo, e voltar a se sentir gente.
Bixo!
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Postado por liz às 00:24
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