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I'll see you on the dark side of the moon

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O ano tá terminando, as férias chegaram, e junto com elas aquele momento onde eu paro para analisar o que foi e o que será.
Eu confesso que já tentei me confessar diversas vezes. Já tentei esse blog, padre, amigos e inimigos, amores e desamores, minha mãe, meu caderno, psicólogo, meus desenhos, meu pai, irmão, Deus, meu amigo imaginário, o Archimedes, minha cachorra e por aí vai.
Eu confesso que, eu jamais me confessei, cometi apenas algumas indiscrições sobre a minha pessoa.
Minha indiscrição de fim de ano é dizer que 2007 não foi, nem chega perto de ser, um dos anos mais felizes da minha vida.
Em 2006 eu fui uma constante. A todo momento eu me sentia na mesma música, "Don't stop me now" do Queen. Alguma hora o DJ trocou a música e eu, acostumada a um ritmo, cuja coreografia não demandava coreografia alguma, eu sabia decor. E no começo do novo som, eu admito, reconheci "Breath in the air" do meu álbum favorito do Pink Floyd, tocando. Aguém deu Play em "The Dark Side of The Moon", e não me avisou.
E, de repente, não mais que isso, todos os meus amigos, que sempre estiveram ao meu alcance, começaram a ficar longe dos meus braços e abraços. Quantas vezes eu tentei gritar praqueles que estavam indo "Leave but don't leave me" e explicar praqueles que estavam ficando que eu estava indo, mas não estava abandonando ninguém.
E, ao mesmo tempo, eu fui me ausentando cada vez mais, porque a menina relax de antes, que tinha tempo para tudo, começou a não ter tempo pra nada, pois quando alguma coisa terminava, outra começava, num ciclo sem fim "And when at last the work is done. Don't sit down it's time to start another one".
E o tempo começou a correr enquanto "Time" tocava ao fundo, o mesmo tempo que eu sempre fiz correr atrás de mim, tinha me ultrapassado.
E nos finais de semana, "Breathe reprise" estava lá, junto com meu retorno à Ararasville. "Home, home again. I like to be here when I can". E nem sempre eu pude retornar mentalmente, o corpo estava em casa, mas a cabeça estava em Sanca City.
E quem diria que as coisas são tão caras? Que o dinheiro se esvai pelas mãos? Que as coisas acabam? E que tudo, praticamente tudo, custa caro? E custa, e MONEY tocava todas as horas que eu entrava no supermercado e repensava na quantia que eu tinha no bolso. "Será que dá?! Eu ainda tenho que por crédito no meu passe do ônibus e comprar papal higiênico e detergente...".
No meio da história, você se dá conta que é tão mortal quanto qualquer outra pessoa. "And after all we're only ordinary men". E após todos os contrastes e comparações "Us and them", "me and you" e depois dos momentos azuis e negros "black and blue" e de todas as oscilações "Up and Down" "With, without" e até mesmo depois dos momentos mais desesperadores "Down and out", a velha Liz morre, abortada por mim mesma, porque é preciso se reinventar para viver. Como eu pude viver um ano todo parada numa mesma música? Tão sólida, tão imutável, tão presa? 2006 foi o ano mais feliz mas, o que eu aprendi com ele? Absolutamente nada.
Então, eu deixei que a insanidade, que antes me levava à beira do precipício, tomasse conta da minha mente e, quando os olhos se abrem, você começa a ver que o precipício tem uma puuuta vista linda e que o louco dentro de você, sabe se equilibrar muito bem.
E mesmo que eu tente trancar a porta e jogar fora a chave, haverá alguém na minha cabeça que não sou eu.
Por mais que as provas sempre me levem a um estado de "brain damage", the lunatic in my head faz as mudanças, me re-arranja até que eu fique sã again.
E mesmo que a minha cabeça exploda, e que eu grite e ninguém pareça ouvir... é bom estar do outro lado.
O ano chega ao fim, junto com ele o álbum e "ECLIPSE" está tocando. E eu realmente posso ouvi-la. E eu não tenho mais nada a dizer, só a ouvir o resumo do meu ano (que no fim, foi um puuuuuuta de um ano). Eu vou fazer uma coisa que eu odeio fazer, deixar a letra de uma música aqui. Mas essa merece, essa diz tudo.


Pink Floyd - Eclipse

All that you touch
All that you see
All that you taste
All you feel.
All that you love
All that you hate
All you distrust
All you save.
All that you give
All that you deal
All that you buy,
beg, borrow or steal.
All you create
All you destroy
All that you do
All that you say.
All that you eat
everyone you meet
All that you slight
everyone you fight.
All that is now
All that is gone
All that's to come
and everything under the sun is in tune
but the sun is eclipsed by the moon.

E é claro que eu ainda volto, isso foi apenas uma análise musical do meu ano. Os Bota ainda estão aprontando, amanhã mesmo, nós vamos roubar sacolinhas e sorvetes dos vestibulandos . Afinal, esse ano já somos veteranos (risos malignos). See ya (maybe on the dark side of the moon).