Eu nem sei por onde começar. O teto caiu! A véia ranzinza e proprietária do apê "bom demais pra ser verdade" resolveu dar pra trás, nos deixou na mão, ou melhor, na rua.
Ahhh eu devia chorar toda essa frustração, todos os 3 dias de muita procura, todos os km percorridos por essas pernas... pra nada. Mas não foi tão pra nada assim, não, eu não sou daquelas pessoas que ficam vendo o lado bom da vida, mas se não tivessemos andado tanto, não teriamos nenhuma noção da cidade, estariamos tão perdidos e com olhos e pernas destreinados, como no dia em que chegamos.
E é claro que já comecei a rir do nosso novo-pseudo-apê, sim, ele está sendo pintado, está com durafloor novinho na sala e nos seus 3 quartos, todos com armário embutido e sim, ele tem 2 banheiros, um azul e o outro rosa (não riam), e a cozinha está trash, mas quem ficará na cozinha e nos banheiros? Além de tudo, isso resulta em estilo, estilo anos 60/70, bem psicodélico... Pode tocar Janis Joplin, Led Zeppelin e Jimmy Hendrix nesse apê!
E como se não bastasse, o proprietário desse apErtamento, é nada mais, nada menos que um ex-deputado federal (que deve ter roubado o bastante pra mudar de endereço).
Mas não importa muito o estado do apê, por um ano, a gente vai levando, enquanto a Glau procura, em lojas de material de construção, produtos pra melhorar os banheiros, o Edinho faz planos malucos como "pendurar um globo de discoteca" no meio da sala e eu, bem eu, penso em ter uma geladeira verde na cozinha (verde limão) e pendurar murais e fotos pelo apê (personalizar, sabe?) - um sofá vermelho também ia bem (não sonha Liz!) - breguice também é uma forma de estilo! Já sei, chama a Fernanda Tavares da MTV brazuca pra vir dar uma ajeitada no apê!
E a Rá-isssssaaaaa, bom, essa está na lista de espera, não sabemos se vai ou racha, apesar de ter levado uma topada na segunda lista, eu ainda acho que vai, intuição minha (e na base da intuição, acertei o tema da unicamp - minha intuição impõe respeito).
Ainda não sei porque essas coisas estão acontecendo, porque perdemos aquele apê, porque não conseguimos o quarto morador (vai ver é a maldição do BCC - 3 cientistas da computação só podem morar com outro cientista, e a Raíssa vai fazer pedagogia), porque eu dei com a cabeça na maçaneta da porta... Não tenho respostas pra nada disso. Azar? Definitivamente não! Vai ver é porque vida de universitário é assim: dura, perdida, faminta, pobre, engraçada e emocionante (que graça teria se tudo fosse quadradinho? Somos à favor do redondo, fazendo curvas pra escapar dos buracos - famoso jeitinho).
E no fim, ou melhor, principalmente no começo, o importante é estarmos juntos, rirmos das nossas desgraças e graças e claro, tramarmos muitas gambiarras. Se tudo der errado, e não vai dar, a gente enche a cara no bar da esquina, bom, a gente enche a cara de qualquer jeito!
O teto caiu
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Postado por liz às 23:38