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71

sexta-feira, 2 de março de 2007

A mudança chegou quarta-feira em Sanca, com Edinho, Glaucia e família (Jair, o pai - Olívia, a mãe- coruja e Karina, a karinata gêmea) mala e cuia. Na véspera era pra obra ter sido concluída e o apê faxinado e é claro... que nada disso aconteceu.
Quando a tropa chegou ao número 71 (que não é o da tal "bruxa" do Chaves), o pintor terminava de passar a segunda mão de tinta no teto e a faxina, bem a faxina não deu as caras nem antes, durante ou depois.
Sobrou pra quem? Pros marujos, claro!
Conta a lenda, que nessa tal quarta-feira (porque eu não estava presente, apenas ouvi), os marujos limparam mais de 7 vezes o convés (leia cozinha e banheiros) pois havia muita sujeira decorrente de batalhas anteriores (leia rejunte de piso grudado nos próprios).
Nosso navio partiu de Araras rumo a um porto e acabou encalhando em uma ilha (Não se animem, we're lost but not on Lost). Estamos sem telefone (nem ao menos temos linha), sem internet e a TV é cheia de personalidade e resolveu que só vamos assistir ao SBT, Globo e Cultura. Temos uma Mitsubishi na sala (Não o carro, a TV mesmo - 50 meses de garantia?) cheia de vontades. Dos últimos meios de comunicação, o rádio (aquele no qual iríamos nos reunir em volta à noite para ouvir notícias do mundo e contar histórias) queimou ao ser ligado na tomada, e foi nesse momento que descobrímos, que ao contrário de nossos lares em Araras, todo o apartamento possui tomadas 220, e por isso, estamos sem geladeira e microondas, e o fogão está sendo aceso com os famosos fósforos (Curso de creuza? Acho que precisamos de um de escoteiro). Pra terminar os problemas do apê, no banheiro smurf (totalmente azul) da suíte dividida por mim e a Glau, está o nosso chuveiro bipolar (que segundo minha roommate estava maravilhosamente quente e repentinamente ficou terrivelmente frio), que será trocado domingo (Meu Engenheiro elétrico, digo pai, está a caminho com um chuveiro novo e muitas fitas pra encapar fios e canos - ao contrário do Edson, ele não irá tomar choque).
Enquanto não resolvemos os assuntos de Estado, vamos às relações internacionais. Os vizinhos do 72 (uma senhora bem-conservada, um senhor com uma verruga - ambos entre os 40/55 anos - e um cachorro preto de fucinho brancos, um salsicha de uns 10 anos e de nome July - sabemos o nome do cachorro, mas não sabemos o nome dos vizinhos, óbvio) pediram licença pra conferir a nova versão sem-carpete do nosso apê e, após aprovarem o visual, descobriram que o 71 será habitat de universitários (ONLY), foram simpáticos, disseram "tchau" e a mulher vira para o esposo e, sem se importar se alguém estava ouvindo, diz: "agora aguenta o barulho". Não demos nenhum piu, não temos nada que faça barulho que possa ser ligado à tomada sem queimar e, no entanto, já somos barulhentos.
Também teve as histórias no elevador, inclusive uma mulher, que até segurou a porta aberta, só pra terminar de contar a tal história da quitanda que foi assaltada por 2 homens, e que quando o quitandeiro descobriu que a arma era de plástico, matou um deles com uma facada no pescoço (a pobre da faca, que antes de virar assassina e cortar pescoços, cortava suas melancias honestamente) e o outro fugiu.
Nota mental: Não frequentar a quitanda! Frequentar a Vovó LÚCIA, uma padaria com preços universitários, boa comida, que fica aberta até tarde e, com certeza, irá nos salvar muitas vezes.

E por fim, das coisas que ninguém conta sobre a mudança, estava a história da minha cama, que antes de seguir rumo araras-sanca, teve de sair da chácara rumo à casa da minha vó, e que essa viagem foi realizada na caçamba da caminhonete do meu tio, que teve de ir aberta e eu, sentadona lá trás, segurando a dondoca da cama pra ela não escorregar e me segurando, de tudo quanto é jeito, pra eu não ir junto com ela. Foi como andar de montanha-russa, e pra ajudar, minha mãe e meu irmão iam atrás da caminhonete, escoltando e fazendo caretas (é claro, porque se é pra cair da caçamba e ser atropelado, nada melhor do que ser esmagado por todo o carro e amor materno).
Toda essa epopéia pra que a cama chegasse montada em Sanca, e foi justamente por ela estar montada, que a exausta Glaucia fez o favor de estreá-la por mim, não só a cama, como também meu colchão novinho (porque o dela era novíssimo e tinha cheiro de... "NOVO"). Test Drive feito, aprovado pela Glau, pelo menos a minha cama está normal, não possui nenhum distúrbio de personalidade ou vontade própria, ainda!

Da série "Notícias boas", está a aprovação da nossa quarta mosqueteira na federal de São Carlos. Agora é oficial e sem ansiedade. "Um por todos e todos por um", afinal, sozinhos vamos mais rápido, porém juntos vamos mais longe. "Ces't la vie". É a vida, e é a vida universitária começando.