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Shake it up baby

sexta-feira, 9 de março de 2007

Cheguei no domingo de vitória palmeirense (pra minha felicidade e infelicidade do corinthiano Edinho) acompanhada da Glau, malas, travesseiro e pais ao apê 71 da Rua São Joaquim, 1607.
O Edifício Rosa de Prata possui 3 porteiros fixos: Júlio, Carlos e o mais simpático: "Seu Isaac".
Meus pais foram embora e eu me senti estranha por uns 2 minutos. A Gláucia, o Edson, a Raíssa e a Liz formam uma família agora, de sobrenomes diferentes porém, mesmo endereço. Sabe aquela história de que os amigos são a família que a gente escolhe? Coloque na prática e passe a viver com eles, o que você tem são conversas até as 3 da matina, altas risadas e histórias hilárias (não, ninguém se estapeou ainda, se acontecer eu conto).
Na segundona acordei ao som do meu celular discreto que berrava:

"Shake it up baby now (shake it up baby)
Twist and shout (Twist and shout)
Come on, come on, come on, come on baby now (Come on baby)
Come on and work it on out"

Fui pra UFSCar, e enquanto a Raíssa acertava a sua matrícula na pedagogia, eu fui pra aula de apresentação do BCC (lógico que cheguei atrasada porque me perdi pelo campus). Entrei sob aplausos e comemorações (bixetes são raras) e sai com as orelhas pintadas de verde (apesar de raras, ainda são bixetes). Os veteranos tentaram nos amarrar com barbantes, mas não deu certo, porque estes cortavam os pulsos dos bixos, então fomos passear pelo campus de elefantinho (meigo!).
Chegamos ao ginásio gritando BCC, Xupa ENC, Xupa caaso e coisas do gênero. Do lado de fora do ginásio o que se via era uma cena quase circense: bandeiras da federal gigantescas, faixas enormes com os nomes dos cursos, a bateria da federal mandando ver, bixos rolando em coreografia, bixos escorregando em um toldo preto com sabão... Era muita cor, barulho e coreografias reunidas em um lugar só, um caos harmônico e engraçado.
Dentro do ginásio a turma de Medicina resolveu dar as caras (e foi vaiada por todos - Medicina XUPA! - essa é a ordem geral, e confesso que não entendia o porquê até perceber o quão metida essa galera da medicina é), assim como o Reitor (não ouvi sequer meia palavra).
Os veteranos passaram recolhendo um pé dos nossos tênis (pra garantir presença no pedágio - o tênis seria devolvido depois) e o vale-camiseta calourada 2007.
Achei a Raíssa, digo, ela me achou. Apareceu do meu lado de repente, perdida e pintada de rosa. Reza a lenda que todo bixo é perdido e burro, a primeira afirmação é verdadeira, a segunda, bom, nem tanto. E quem disse que eu entreguei meu tênis? Escondi na mochila e fingi que estava recrutada pro pedágio. E encontrei uma veterana japa, baixinha e simpática, que surrupiou uma camiseta pra mim.
Saímos do ginásio rumo ao RU (Restaurante Universitário, vulgo bandeijão) e antes de almoçar hambúrguer, tivémos que beber um treco ruim e doce, que não era pinga, e eu desconfio que tinha um belo de um laxante dissolvido (polpem-me dos detalhes sórdidos, vocês podem imaginar o porquê da minha conclusão).
Todos os bixos foram obrigados a almoçar com 2 facas (super legal, se vocês querem perder a paciência e cortar a boca, experimentem), independente do curso. E eu, sortuda que sou, parei bem na frente de uma mesa de veteranos pra atender o celular e consequentemente, fui obrigada a limpar a mesa deles (por sorte apareceram bixos do sexo masculino e fui isenta do trampo - aparenetemente zoar os homens é mais engraçado).
Depois do bandeijão, fomos para o famoso pedágio (que consiste em fazer de tudo - desde aceitar pedidos de casamento à dançar frevo - pra conseguir algumas moedinhas pra cervejada).
Depois de comprar uma coca-cola, enganar uns veteranos e ser zoada por um policial "Quanto mais você coça seu rosto pintado, mais vermelhinha você fica", eu resolvi começar minha caminhada rumo à Avenida São Carlos. No meio das 12 quadras que andei, 8 compunham uma ladeira. Fui zoada por veteranos "Olha, dá até vergonha de saber que estudam na federal, esse povo não toma nem banho, todos sujos" (isso na frente de um ponto de ônibus com mol pessoas vendo), levei banho da "piscina da civil" (que consistia em uma pickup com uma piscina de plástico armada na caçamba, de onde os veteranos passavam jogando água nos calouros) e finalmente, cheguei ao meu apê. E claro que, eu havia me esquecido que estava sem chave e que, uma cópia estava com a Raíssa e a outra na USP.
E lá vai a Liz pro Br Mania (onde a Raíssa fazia pedágio). Achei a Raíssa e no meio do caminho da volta dei de cara com a japonesinha veterana que, por força do destino estava com os kit bixos (camiseta do curso + caneca de alumínio de meio litro com gel que mantém a bebida gelada) e me vendeu um por 30 reais (não tem preço não ter que voltar pra facul na terça-feira só pra comprar esse kit e ainda receber mais trote). Ainda no meio do caminho, eu e Raíssa damos de topo com outro veterano do BCC (aquele que manteve uma conversa normal comigo, no meio do meu trote, no dia da matrícula) e ele acaba nos dando de graça (Sei lá eu se tinha que pagar, who cares? Afinal eu fiz pedágio - Mentira! Xiuuuu!) ingressos pra cervejada (pedago e bcc fazem cervejada juntos, porque o primeiro só tem mulher e o segundo só tem homem, salvo as exceções) que era na terça, e acabamos não indo devido a chegada repentina do eletrecista (no meio do nosso cochilo) - pelo menos agora, a cozinha está 110, não temos mais que usar fórfis e transformador e sim, nós temos microondas (Fico apavorada quando penso que um dia as pessoas tiveram de viver sem microondas, é horrível!).
Chegamos em casa exaustas, cada uma foi pro seu respectivo banheiro tirar toda a tinta do corpo em um mega-banho e por fim, capotamos de sono nos sofás (Estava passando "Do que as mulheres gostam" na sessão da tarde, mas não assistimos inteiro).
Acordamos a tempo de ver a Glau e o Edinho chegando com caras desesperadas, arrasadas e confusas (Cálculos da vida) e reclamando que os professores são uma mistura de Hide e Helder versão piorada, que ninguém entende nada, que aquilo não é matemática, que aprender a pensar é mais difícil do que decorar, e que tudo era mentira e devemos esquecer todos os anos de estudo na escola, começar do zero. Zero serão as notas, notas Habbibs (zero vírgula alguma coisa).
Tirando as tragédias, tem nossas aventuras gastronômicas e os caras do apê 73 que são 4 universitários e que, suspeitamos, tocaram nossa campainha e depois saíram correndo (Ou foram eles, ou foi o velhinho de bengala do 72). E ahhhh, o banheiro BEIGE ta vazando no apê de baixo (o 61), e eu, com certeza, já encontrei com a véia que mora nele no elevador (Chama o encanador! Que também é pintor, eletricista, pedreiro e genro da Maria Amélia - a proprietária do 71 e filha do ex-deputado-defunto).

Domingo voltamos pra Sanca e minhas aulas começam pra valer. Ainda estamos sem internet e sem telefone (Aquela merda da Telefônica é longeeeeeeeeeeeeeee pra caramba). Se der dou as caras numa lan e tento resumir os acontecimentos. O único problema é que os acontecimentos não param de acontecer e tá todo mundo ficando louco e babando. Alguém consegue me imaginar lavando um banheiro? Ou imaginar o Edson limpando o fogão? Ou a Gláucia não entendendo uma aula e dizendo "Odeio matemática"? Pois bem, imaginem.