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Aulas de natação

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Marujos, levantar âncora, içar velas, estamos zarpando, ou melhor, minhas coisas estão zarpando sem mim, e meus amigos também.
Amanhã, às 7:30 da matina, o navio, digo, o caminhão passará por aqui para carregar o fogão da minha vó, o microondas de casa, a cama da minha tia e o colchão novinho que minha mãe comprou. Antes disso ele passará pra se abastecer de sofás, geladeira, TV, computador, armário, camas, colchões, malas, Edson e Glaucia - que, apesar da insistência de sua mãe, não quer levar a chaleira da família, porque não vamos fazer chá.
Eu só zarpo no domingo, rumo ao novo mundo, mas não em definitivo, volto na quarta, porque tenho de pegar meu cartão do banco e quinta tenho dentista marcadíssimo! Aliás, meu dentista me propôs um escambo, ele cuida dos meus dentes e eu cuido dos pcs dele, me parece justo. Daí, no domingo do dia 11, estarei zarpando de vez, após o almoço na casa da vovó, claro (Porque só um super-almoço na casa da minha vó pra me fazer aguentar uma semana à base de miojo, omelete, barrinha de ceral e bandeijão).
Só avisando, estaremos sem internet, sem telefone e não sabemos se a TV irá funcionar... Ou seja, já estamos levando papel e caneta pra brincar de stop, livros pra suportar o tédio, mapa pra vasculhar toda a cidade em busca dos melhores points e claro, um rádio à pilha pra podermos ouvir as notícias do mundo e contar histórias do nosso tempo, quando tinhamos internet, comida, tv, mordomia, carro e família. Daquele tempo longínquo que minha mãe me acordava (Agora o trampo ficou pro despertador e pro celular - eu ainda tenho celular, SMS por favor, SMS e SOS são a mesma coisa nesses dias perdidos em sanca), quando eu ia e vinha da escola de carro, com minha "mãetorista" (Agora é de busão, que minha prima Marina, a Sans maior, indicou os pontos e horários), quando eu almoçava e jantava sem ter de cozinhar (E não é que eu e Glau aprendemos a fazer arroz hoje?! E o Edinho vai aprender a fazer arroz de forno? É na raça que se formam 3 cozinheiros - A quarta, a Raíssa já é formada e muy prendada - chega logo sexta-feira, e chegue chegando, com o nome da Raíssa nos aprovados - Que nosso arroz NÃO seja como nosso lema "Unidos venceremos"), quando eu não me preocupava com chuva e sol (Amo chuva, mas se chover fica osso ir pra facul), quando tomava banho sem me preocupar com a conta (universitário é pobre, duro e mão-de-vaca, tudo turco!), quando não tinha que me preocupar com o fim do papel higiênico e do detergente (É inacreditável, mas essas coisas acabam... Alguma vez você já comprou sal de cozinha? Eu não... Pra mim, sal dava cria sozinho). Bem que todos os pais profetizaram "Quando a água bater na bunda, aprende a nadar", mas bem que é verdade, que eles continuam do lado, segurando uma bóia e sempre de prontidão pra bancarem os salva-vidas.
Pais são sempre pais e filhos são sempre filhos, a família permanece, mesmo mudando os nomes e principalmente, os endereços.

Os 3 mosqueteiros

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Como todos sabem, os 3 mosqueteiros eram 4. Onde está o quarto? Na lista de espera... e espera que ele, ou melhor ela, ainda vem.
Todos os pais babões ficam falando da importância de nos darmos bem, porque conviver junto não é morar e blá blá blá.
Eis que hoje eu comecei um papo-cabeça com meu caro roommate, o Edinho (O único homem do apê, aquele que matará os bichos nojentos, trocará as lâmpadas e abrirá aquele vidro de palmito impossível de ser aberto), sobre o poder do pensamento, da mente, influenciando nossos acontecimentos diários (Tá lendo terceirão? É assim que se passa no vestibular, pensando "Eu vou passar" - "Vestibular é a prova mais fácil" - "Eu vou estudar a matéria que vai cair" - ou então, o mais popular e conhecido pensamento de qualquer aluno ou vestibulando: "Ahhh isso não vai cair mesmo" - que é quando a gente não sabe resolver aquele exercício nem, perdoem-me o vocabulário, caros leitores, nem fodendo mesmo!).
Deixando os campos psíquicos, eu foco nossa conversa nos campos astrais e pergunto ao meu caro colega: Qual seu signo, Edson? E ele me responde: Virgem (Sem piadinhas!) e eu me detenho por um segundo em uma contemplação: Virgem-Touro-Áries, poderia isso funcionar? - Sendo eu a ariana, e a Glau a taurina e, a possível quarta mosqueteira também taurina - e compartilhando de minhas aflições com o homem da casa, eis que ele me responde: "O touro é virgem, mas tem áries maléficos." (Se ao ler isso você ficou em estado de perplexidade, imaginem a minha cara).
Pra quem não nos conhece, saibam que moi sou especialista em fazer trocadilhos cretinos e piadinhas idiotas aptas a desencadear crises de risos, e a Glau é tão cidadã de Creta quanto eu. Agora, o Edson? Quem poderia imaginar (com exceção da Maristela*)?
Se os signos vão combinar, os pensamentos vão bater, o gosto musical, artístico e culinário irão convergir, só os próximos anos irão mostrar (ou os próximos meses mesmo), mas uma coisa podemos afirmar, em matéria de baboseira, retardadice e felicidade-aparente-sem-motivo, estamos unidos há muito tempo.


*Maristela: Pra os que não sabem, Maristela foi nossa professora de biologia, ensinando a frente "quanto mais nome esquisito pra decorar, melhor", e que portanto, só teve um breve conhecimento de nossas pessoas e, justamente no último ano (quem o viveu sabe como as pessoas se transformam). E sim, ela foi a única professora que já chamou a atenção do Edinho (o cara que passou nas 4 faculdades públicas que prestou) em todo o seu histórico escolar, e proferiu frases históricas e hilárias como: "Você tem pulga na carteira?", "Ele não deixa ninguém em paz" e "Denovo você? Ele não se manca!".Eu sou fã da Maristela, fã incondicional por proporcionar a nós, alunos do terceirão 06, momentos de falta de ar devido às gargalhadas. E por ter apenas me descontado 0,1 pontos na prova, após eu classificar os crustáceos como bivalves (que são moluscos - momento tilt da Liz) e ainda dizer que foi a melhor prova que ela já corrigiu, apesar desse pequeno erro (não é minha culpa se ela descontou muito mais de você por muito menos).

Menor Abandonado

"Eu tô perdido, sem pai nem mãe, bem na porta da tua casa, eu tô pedindo a tua mão e um pouquinho do braço", segundo minha tia, não posso nem cantar "Maior abandonado" do Cazuza, porque ainda sou de menor, de maior só a altura mesmo.
Estou sendo enxotada de casa aos 17 anos (drama), sem pai nem mãe, sem boa parte da mobília, sem muito dinheiro, sem carro mas, finalmente, com apê.
Tá, eu errei a cor de um dos banheiros, não era rosa, era beginho-vovó (Bege, na verdadade se escreve beige, vem do francês - por isso foi a tati quem me corrigiu - e segundo o dicionário é uma cor intermediária entre o café com leite e o creme - desde quando café com leite é cor? Também não sei), mas a gente dá um jeito nele. Sim, ficamos com o nosso apê anos 60/70 muy fashion!
Agora não tem como nos tirar dali, dar pra trás só quebrando o contrato e pagando uma multa mais alta do que eu.
Daqui uma semana estou de mudança, e nós aceitamos doações, e as tias, mães e vós estão sendo prestativas nessa área. Precisamos de cadeiras, a única que existe no apê está no banheiro azul, e é uma amarela fluorescente modelo 1965 (eu consigo ver uma dona de casa com um vestido futurista dos anos 60 sentada nela, ou um cara, de bigodes e cabelos um pouco longos, calça marrom boca-de-sino e camisa roxa-berrante).
Qualquer coisa que esteja sobrando na sua casa, pode mandar, daqui 4/5 anos a gente devolve, sem juros ou correções, afinal, "raspas e restos me interessam", nos interessam, e muito.
Ahhh, antes que eu me esqueça, no contrato de locação está explícito que não podemos organizar bingo no apê, mas lendo com atenção, você vai notar que não diz nada sobre festas...

O teto caiu

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Eu nem sei por onde começar. O teto caiu! A véia ranzinza e proprietária do apê "bom demais pra ser verdade" resolveu dar pra trás, nos deixou na mão, ou melhor, na rua.
Ahhh eu devia chorar toda essa frustração, todos os 3 dias de muita procura, todos os km percorridos por essas pernas... pra nada. Mas não foi tão pra nada assim, não, eu não sou daquelas pessoas que ficam vendo o lado bom da vida, mas se não tivessemos andado tanto, não teriamos nenhuma noção da cidade, estariamos tão perdidos e com olhos e pernas destreinados, como no dia em que chegamos.
E é claro que já comecei a rir do nosso novo-pseudo-apê, sim, ele está sendo pintado, está com durafloor novinho na sala e nos seus 3 quartos, todos com armário embutido e sim, ele tem 2 banheiros, um azul e o outro rosa (não riam), e a cozinha está trash, mas quem ficará na cozinha e nos banheiros? Além de tudo, isso resulta em estilo, estilo anos 60/70, bem psicodélico... Pode tocar Janis Joplin, Led Zeppelin e Jimmy Hendrix nesse apê!
E como se não bastasse, o proprietário desse apErtamento, é nada mais, nada menos que um ex-deputado federal (que deve ter roubado o bastante pra mudar de endereço).
Mas não importa muito o estado do apê, por um ano, a gente vai levando, enquanto a Glau procura, em lojas de material de construção, produtos pra melhorar os banheiros, o Edinho faz planos malucos como "pendurar um globo de discoteca" no meio da sala e eu, bem eu, penso em ter uma geladeira verde na cozinha (verde limão) e pendurar murais e fotos pelo apê (personalizar, sabe?) - um sofá vermelho também ia bem (não sonha Liz!) - breguice também é uma forma de estilo! Já sei, chama a Fernanda Tavares da MTV brazuca pra vir dar uma ajeitada no apê!
E a Rá-isssssaaaaa, bom, essa está na lista de espera, não sabemos se vai ou racha, apesar de ter levado uma topada na segunda lista, eu ainda acho que vai, intuição minha (e na base da intuição, acertei o tema da unicamp - minha intuição impõe respeito).
Ainda não sei porque essas coisas estão acontecendo, porque perdemos aquele apê, porque não conseguimos o quarto morador (vai ver é a maldição do BCC - 3 cientistas da computação só podem morar com outro cientista, e a Raíssa vai fazer pedagogia), porque eu dei com a cabeça na maçaneta da porta... Não tenho respostas pra nada disso. Azar? Definitivamente não! Vai ver é porque vida de universitário é assim: dura, perdida, faminta, pobre, engraçada e emocionante (que graça teria se tudo fosse quadradinho? Somos à favor do redondo, fazendo curvas pra escapar dos buracos - famoso jeitinho).
E no fim, ou melhor, principalmente no começo, o importante é estarmos juntos, rirmos das nossas desgraças e graças e claro, tramarmos muitas gambiarras. Se tudo der errado, e não vai dar, a gente enche a cara no bar da esquina, bom, a gente enche a cara de qualquer jeito!

O Teto

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Você pega aquela famosa Av. São Carlos e ela, do nada, simplismente, bifurca? E depois, continua? E ela também muda de nome em uma parte do trecho, vá entender... Rua Alexandrina? Ou Rua Episcopal? Ok, vamos pela Episcopal. Estacionamos de prédio em prédio perguntando por vagas usando o critério "Ahhh esse é bonito" e isso não deu em muita coisa. Ok, rumo às imobiliárias que resolveram abrir na segundona, véspera de carnaval. "Cardinali, Patrícia, Bom dia!" Me lembrem de nunca mais passar perto da Cardinali, só tem apezinho michuruca, por preços absurdamente caros e sim, a Cardinali aluga a cidade toda, com ou sem permissão do proprietário. Juro que, só chego perto da Cardinali pra freqüentar o bar e café ÓCIO, que fica atravessando a rua da imobiliária de apês fantasmas.
Andamos umas 5 horas pelas localidades. Procurar apê em véspera de começo das aulas nas universidades, é como aquele velho quadro do programa do Sérgio Malandro, em que as pessoas abriam portas "da esperança" as quais poderiam revelar prêmios ou...um gorila bizarro e patético. Foram muitos gorilas (aquele de paredes azuis, por exemplo), até chegarmos no nosso prêmio, na Av. Carlos Botelho, ao lado do CCAA (E quem disse que eu ia abandonar o inglês? Universitários têm 50% off) , 2 quadras da Av. São Carlos, na mesma avenida do Br Mania e da Blockbuster (30% off às terças-feiras), perto da USP e perto do bus stop pra Federal. O apartamento só teve uma proprietária, 3 quartos e dois banheiros, uma cozinha com armários ótimos, máquina de lavar-louça (velha mas acho que funciona) e fogão (um maison de INOX da Brastemp embutido, muito eficiente, igual ao da minha mãe). Piso de madeira e azuleijos intactos, um dos quartos com armário embutido e uma hiper-bancada que acomodará os pcs, banheiros com box de blindex, em outras palavras, como diria minha mãe, "o apartamento está uma petequinha".
E assim, Sanca vai virando a nossa cidade, com suas calçadas remendadas e personalizadas a cada ponto, sua avenida que bifurca, suas universidades e universitários. Essa semana eu volto pra minha cidade, pra assinar o contrato do meu ap (meu e de mais 3) e ir em frente, porque diz o ditado que atrás vem gente, e eu acho que toda a gente pode vir pro tusca, porque lá no ap cabe, é só trazer o colchão e se acomodar, bem vindos!

Surreal

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Tapete vermelho com direito a desfile, aplausos, bagunça, tinta, fotos, bolo e coca-cola à vontade. Eu entrei na escola certa?
Dardo diz: Você passou na ufscar? Liz responde: Está escrito na minha testa? - e realmente estava, escrito com tinta azul - todos riem, até mesmo a coordenadora "Essa foi boa!". O que aconteceu com a Natália?
Dá pra acreditar? Dá, porque aconteceu comigo, com a Glau, o Edson e toda a galera que virou bixo, mas se alguém me dissesse isso há um ano atrás, eu teria respondido: "Inimaginável! Impossível! Nunca! Você bebeu?". E no entanto, finalmente nos despedimos da escola sorrindo, não porque nunca mais teremos de pisar ali, mas porque voltaremos para visitar.

Bixo!

Cheguei na UFSCar, fui pra uma fila sem nexo e grande, fiquei no Sol e um cara maluco com a camisa do palmeiras e voz excelente para fazer-se ouvir deu instruções gerais para nós, instruções que incluiam "os papais devem ficar atrás dos cavaletes amarelos, e os alunos devem avisá-los que o cordão umbilical se rompeu!".
Assinei meu nome, reconheceram meu sobrenome (devido ao prof. adjunto Sérgio Zorzo, primo do meu pai) e tive de esperar pela famosa lista de aprovados. Sai do campus, comprei um mapa de sanca (pra não ficarmos mais perdidos do que já estamos), andei muito a pé na famosa Av. São Carlos, visitei alguns aps (estamos perdidos e sem lugar pra morar), almocei, voltei pro campus.
E senta, e espera, e conversa com o recém-amigo, Álvaro, meio japonês de São Bernardo, que eu conheci na fila maluca e que estava esperando o resultado para o mesmo curso, o famoso BCC (bacharel em ciência da computação - não, eu não sou nerd!).
E a bendita lista sai, e você está dentro. E você liga pra todo mundo, pro seu amigo desconfiado e futuro habitante desse blog, Edson, que diz: "Jura? Não ta zuando né? Aeeeê parabéns!! Ligo pra Mariana, a famosa Pires, e ela fica tão feliz por mim, que lhe faltam palavras e realmente emocionada, com a voz embargada, ela não me dá os parabéns, e sim, me deseja felicidades e eu, apenas posso dizer, que estou lhe esperando para... aplicar o trote no próximo ano! E venha logo!
Então eu me encontro, sentada naquela mesma sala 79, com meus documentos e, pela primeira vez, vendo boa parte dos meus colegas de turma.
Você simpatiza com as meninas, as poucas no BCC, se diverte com o já apelidado pelos veteranos de Bola, conversa com o cara sério e bonito ao seu lado e se dá muito bem com o cara de olhos azuis e sorriso constante dá porta, que lhe diz ter simpatizado muito com você. Tá bom por hoje!Nãaao, falta o trote. Depois de tudo isso, todos foram obrigados a descer uma rampa, onde éramos aguardados pelos veteranos, veteranos munidos de coisas pegajosas. Você ouve gritos ao descer: BCC! BCC! EEEEê Bixete do BCC! E em menos de 1 minuto, você está toda pintada, principalmente com tinta preta, levou um ovo na cabeça (o qual os veteranos disseram não estar vencido e ser de boa marca), farinha na cara, suas roupas estão um lixo e pra coroar, você termina com papel higiênico molhado dentro da camiseta, enquanto segura, por 10 minutos, um cartaz (o mais legal deles, segundo os mesmos veteranos) que diz: XUUUUPA ENC! (que é a engenharia). Sua mãe fica te fotografando, e você, em todo esse estado caótico, mantém um papo animado com um veterano (como se vocês estivessem civilizados discutindo o clima e bebendo café). Você se retira da baderna, a hippie da tendinha colorida ao lado lhe diz ao notar sua cara de "estou nojenta": "Fica assim não, você passou, tem de ficar feliz, parabéns... espera até a semana de batismo pra ver o real trote".
Você vai ao banheiro, tira a camiseta e se lava na pia, nisso você faz amizade com uma menina da estatística que se lava na pia ao lado, e uma da matemática, que entra enxarcada no banheiro após um banho de mangueira, pra trocar de roupa. Enquanto isso, lá fora, o pessoal da química continua levando seus bixos pra passearem pelo campus deitados em um...caixão (aberto, pelo menos).
Você foge daquilo e vai embora, ainda nojenta, rumo a única coisa que você quer agora, deixar um pouco de ser bixo, e voltar a se sentir gente.

pré-universitária

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Só com prozac, chocolate e coca-cola dá pra me aguentar. Ontém tive meu segundo "momento euforia". A causa? Um desses caras xeretas que ficam de olho nas matrículas veio me dizer que haviam cerca de 40 vagas sobrando... então é inevitável pensar "Ha, tô dentro!!" e sair feliz, saltando pela casa, e até mudar o nick do msn à la ramones: Hey! Ho! Let's go to sanca!
Mas os dois pés ainda não estão lá, lá em são carlos, na federal, está um dos meus pés (o direito, óbvio, deixei lá primeiro pra dar sorte) e minha cabeça. E o esquerdo ainda tá com o resto da "lizumbi" lá naquela esquina chata, de castigo.
Tô assim, não estando em lugar nenhum, parecendo uma viciada em cocaína, nem aqui nem lá, alternando momentos eufóricos, com momentos de raiva, ansiedade, desespero e felicidade. Vejo elefantinhos rosa, vejo fundo do poço, vejo flores astrais, vejo a privada do "trainspotting" (aquela mesma privada nojentona que o ewan mcgregor - sem a baby look - entra).
O destino me deu um pontapé pra frente, e eu to reclamando?! Nãoooo, eu amo a lista, eu não gosto é da tal espera.

Insônia escreve:

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Dia 15, quinta-feira é o dia, ou não. Um dia pra se dobrar a esquina e seguir em frente ou pegar a rotatória mais próxima e refazer o caminho. Eu já estava na curva da rotatória, feliz e contente, quando me pegaram pelo braço e me deixaram sentada, de castigo, nessa esquina. Então, se você está em uma montanha-russa, que quebrou no meio do looping e tudo está de cabeça pra baixo, bem, você não se encontra em uma situação muito diferente da minha.
Eu juro, toda vez que eu tento fazer planos, é a mesma coisa, o mundo vem e desplaneja tudo.
E tudo isso se chama lista de espera, parece que todo mundo resolveu ficar na sua frente e que o tempo está se arrastando pelos cantos, com muita pouca vontade de passar.
Hoje já é terça e minha insônia está sentada aqui escrevendo por mim. Ontém fui na minha antiga escola buscar uns documentos pra minha pseudo-matricula, e um bando de colegiais veio ao meu encontro, bebendo minhas palavras, e os profs. me chamaram pra tomar café e bater um papo na sala deles (aquela mesma sala que era proibido colocar o nariz pra dentro), e eu me senti velha, veterana formada, quando nem bixo sou. E daí os veteranos de verdade ficam botando fogo em mim, dizendo que já passei, e minha cabeça ta uma mess total de confusa. E se eu passar tem o trote, o tal "lugar pra morar", o material, o money pra se virar, aprender a cozinhar e faxinar (curso pra creuza urgente), o transporte, os estudos ferrados, os cálculos 1 2 3 4 5 6 7 8..., minha sanidade mental e física e claro, o fato de você não ter de rever toda aquela matéria chata de colegial, as festas, as festas e as festas... Eu vou pra cama (Dormir? Nãooo, vou ler!) que é pra não sair correndo e meter a cabeça no muro mais próximo.